2009-03-12

A reboque da «crise»... UE (USA) manda e governos obedecem ao neo-liberalismo


Temerosa que, face à actual situação, aumente a consciência dos trabalhadores quanto ao carácter de classe das suas políticas, a UE e os seus arautos - os grandes interesses económicos e financeiros e os partidos/governos que os representam e sustentam - procuram esconder até à exaustão, sem que aceitem discussão, que a «crise» é consequência das suas políticas.
É manipulando e instrumentalizando com a colaboração dos meios de comunicação social, para melhor vender a «inevitabilidade» das suas orientações e decisões, de que é exemplo o sofisma: «ou o euro ou o caos», que os mentores da UE e do Tratado de Lisboa apontam como solução.

É tambem a desorganizar e mistificar a luta de quem trabalha e reduzir os seus rendimentos salariais e outros direitos que a estratégia é desenvolvida. O que a maior ou menor prazo significará o agravamento da crise e nunca uma solução para as classes desfavorecidas da população nacional, da UE e do mundo.
No fundo, querem aprofundar o federalismo, impôr mais neo-liberalismo e mais militarismo, fazer da UE um bloco imperialista como o «Tratado de Lisboa» delineou. Uma Proposta de tratado que, entre outros gravosos exemplos, dá de bandeja às grandes potências da UE o reforço do seu poder; presenteia a UE com a gestão dos nossos recursos biológicos marinhos; oferece ao «mercado interno» os serviços públicos, liberalizando-os para os privatizar; regala as grandes potências com a militarização da UE/NATO (que assinala os seus 60 anos em Abril de 2009).

A tal «mais Europa» significa a «refundação do capitalismo». Capitalismo, cuja realidade comprova o seu carácter brutal e desumano, a sua profunda essência exploradora, depredadora e destruidora, impeditiva da sua «humanização». É o capitalismo nesta sua fase que mostra a verdade dos seus propósitos. Não penalizar quem provoca as crises e fazer do Estado e dos contribuintes o seu sustentáculo financeiro, enquanto promove e acentua a exploração de quem trabalha e é seu sustentáculo.
Quanto à crise nos USA, regista-se que a queda de popularidade de Obama é proporcional ao fracasso das suas medidas para resolver a crise. Acabou o estado de graça do grande orador, com os seus aliados neo-conservadores (ex-bushistas) a demarcarem-se das suas politicas. O mundo capitalista está em convulsão, enquanto os países emergentes vão respirando melhor.
Portugal vê-se forçado a virar-se para "negociar" com novos parceiros. Angola, Venezuela, Libia (p.e.) deixaram, subitamente de ser tratados como países hostis e seus chefes de governo deixaram de ser ditadores, corruptos e outros mimos orquestrados para os rebeldes das teorias neo-liberais. A bondade das relações comerciais mostram que, respeitando a independencia de cada país, todos os entendimentos são possíveis, numa perspectiva de avanço no desenvolvimento e nas condições de vida dos povos e dos países.
Por ultimo, é legitimo perguntar se esta UE, despesista, autocrática e burocratica faz sentido para os pequenos países em que Portugal se inclui?...

2 comentários:

  1. Excelente análise, mais uma vez Bicho ! Portugal é um país que gosta muito de virar a peida para os mais fortes, para os corruptos se encherem. Quando a coisa dá para o torto como agora, ficam apeados e lá se viram para aqueles a quem em coro com os patrões da UE lhes chama ditadores.

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  2. A França já aderiu à NATO e vai mandar tropas para o Afeganistão.

    Mais um país a ser martirizado por guerras do imperialismo.

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