Bilhete postal
Confiar na Justiça
Conta-se que Nuno Cardoso, há meses, agitou uma sondagem que o dava como favorito para derrotar Rui Rio no Porto.
Sócrates terá sido inflexível – Cardoso não podia ser candidato do PS por causa dos problemas judiciais em que tem estado imerso. Critério que, curiosamente, não parece aplicar a si próprio.
Mas Sócrates pode estar descansado. As nossas autoridades criminais não chegam a resultados efectivos sempre que o caso foge da normalidade(zinha) em que estão formatadas. Sobretudo se existem contornos políticos, tudo acaba nos arquivamentos por falta de meios ou em salvíficas prescrições. Estou certo de que Fátima Felgueiras confia plenamente na Justiça. Bem como Mesquita Machado, Isaltino Morais e tantos outros da mesma criação. O cidadão comum nem por isso.
Carlos Abreu Amorim, professor universitário
Caso Freeport
Leis favorecem corrupção
Maria José Morgado, procuradora-geral-adjunta e coordenadora do DIAP de Lisboa, não tem dúvidas de que não faz sentido punir de forma diferente a corrupção, seja ela para acto lícito ou ilícito. A diferença de punição é "uma herança antiga" que agora volta a ser questionada no caso Freeport – já que no licenciamento do outlet de Alcochete poderão estar em causa decisões legais e fundamentadas em pareceres jurídicos que poderão não ser punidas por o crime ter prescrito. Independentemente de se vir a apurar o efectivo pagamento dos subornos, mas apenas porque o crime poderá ser configurado como corrupção para acto lícito.
A opinião do bichoDEmato
A corrupção vencerá,
Sabem tambem que a corrupção, no quadro da comunicação social existente, não afectará
os resultados eleitorais, dado já se ter tornado, um elemento corriqueiro e tomado como natural e inevitavel pela maioria da opinião publica neste país e no mundo capitalista, por conformismo ou oportunismo. Casos das suspeitas àcerca do Freeport, o dos sobreiros de Benavente, o apito dourado e final, ou o negócio dos submarinos, em que abundam as referencias mas escasseiam os efeitos, tendem a ficar vulgarizados e por isso sem penalizar ninguem. A bem do regime laxista em vigor, para o grande crime de colarinhos multicromaticos. Essa vontade de quem governa e tem poderes e não os usa, legislando, para poder penalizar os infractores criminosos, seus companheiros de rota neo-liberal. Pudera...